sexta-feira, 16 de novembro de 2012

E te dei minhas palavras, todo meu vocabulário rebuscado, para deixar tudo mais bonito e atraente aos teus ouvidos. Tentei versos e poemas e cartas. Fiz uso de todos os clichês possíveis, frases de efeito, comparações esdrúxulas, frases bobas, buscando simplificar ao máximo para que pudesses entender. 
Escolhi minhas canções preferidas, as mais belas letras e melodias. Quis cantá-las baixinho no teu ouvido, fazer serenatas. Quis compor. Quis te compor. Quis te passar para o papel, e fazer de ti, acordes. Pintei um quadro, te fiz de todas as formas e cores.
Gritei. Gritei teu nome. Milhares de vezes. Gritei nos corredores, nas casas, nas ruas. Gritei o mais alto que pude, esperando que pudesses me ouvir. Andei por todo caminho, olhando ao redor, buscando em outras pessoas, em outros olhares, até sentir o cansaço de não encontrar. 
Perdi meu sono. Ao conhecer-te. Ao ver tua partida. No anseio pelo teu retorno.
E eis que me rendo. Rendo-me à tua indiferença, ao teu olhar inexpressível. Respondo ao teu silêncio com o meu. Mas não esqueça que ainda estou a te esperar.
Dezesseis de Novembro – Beatriz Brangioni 

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